segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Não queria mais me ver nervoso quando te encontro no mesmo lugar que eu. Eu já deveria estar imune, vacinado. Não que eu não tenha sido suficientemente esperto pra perceber tudo o que eras pra mim antes. Tando que já desisti algumas vezes de ti, outras de mim e muitas outras de nós dois.
Mas tu sempre voltas, sempre estás ai. Pra minha felicidade e tristeza.
Eu to me escondendo pra poder me encontrar e eu ando tão bem. Não posso deixar de ver isso como uma quebra de promessa ou como egoísmo. Gosto de ser egoísta quando faz mais sentido do que ser autruísta e promessas se relativizam com o tempo e contexto.
Esperamos pela mesma coisa: fugir pra se desligar do que nos prende, do que nos impede de fazer o que queremos. Pelo menos é assim que eu me vejo, queria que te visses assim também, pois minha alma se lavaria se essa fosse a grande explicação.
Pode fugir, mas volta. Não quero te ver longe pra sempre, quero te ver mais perto de mim do que eu mesmo quando for a hora certa. Não sei o que é isso, cansei de procurar explicação. Acho que te amo e pra sempre vou te amar, guarda o teu que eu guardo o meu.

sábado, 10 de outubro de 2009

Auto

Era noite de outubro não precisamos pedir benção ao luar quando o sol tomou o céu pois ela estava lá e ninguém dormiu. Esvaziu rápido, mas gente se encontra em todo lugar, no caso, perto de igrejas velhas numa praça secular. O bar tocava Elvis, se ouvia Los Hermanos e se dançava bolero.
No anfiteatro, gente andava de bicicleta e brincava de correr. No meio, os vendedores de miriti dormiam pra lucrar nas procissões dos dias seguintes. Era lindo ver tanta gente, tanta gente nossa e tanta gente dos outros.
Ninguém precisava de luz mesmo e a comemoração ecoou entre as mangueiras quando aquelas se apagaram. No escuro ninguém via sujeira. Esvaziou.

Os barcos se alinhavam na baía para a procissão, a névoa das ilhas distantes subia o rio e subia pro céu com o calor que descia de lá.
Belém e boa quente e é boa fria, é boa barulhenta e é boa caladinha. Dependendo do momento e dependendo da companhia. O clima era bom e amigável, e no escuro nada é sujo o suficiente e o chão se tornava a melhor cama e a voz era a melhor cantiga.
Noite e dia de amigos novos e velhos, dias e noites da ressaca do verão que cada vez mais se mistura na cidade.
E quanto mais as coisas mudam mais elas permanecem as mesmas.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Quê que tem?

Queria que tudo fosse tido como normal e comum, assim ninguém se importaria com certas coisas que ao meu ver não têm importância nenhuma. A dica da semana é se importar menos com o que os outros pensam e relaxar porquê os cabelos caem quando nos importamos muito e se isso não acontece agora vai começar a acontecer porquê eu estou jogando praga.
Que sua vida seja importante só pra quem importa pra você e pra quem não importa deixe que pensem, que digam, que falem, deixa isso pra lá, vem pra cá o quê que tem?
Afinal, quem respira por você é você, quem leva culpa pelas besteiras que você fez é você (ok, nem sempre rs), quem vai sofrer as consequências depois é você. Mas pode acontecer de você ter que dar conselhos e dicas a seus amigos, dê, eles seguem se quiser, a não ser que seus amigos tenham menos de 13 anos (pode ser idade mental rs), aí pode bater e obrigar.


Ando meio tenso e meio esquisito, ando suando muito e meu nariz parece que tá do tamanho de uma bola de basquete. Gripe sucks.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

semana

só sei falar que o tempo passa, só sei passar o que me desgraça, não fico no chão por mais que dias, não fico no céu quando muda a estação. continuo aqui no meu limbo sagrado, escorregando e abrindo asas, meio que em sincronia, meio que esquecendo que tudo volta e se vai (às vezes vai e se volta, o que é pior).
dobrando asas de papel, riscando linhas, descobrindo fraquesas e inventando proteção. o que não deixo é o mundo se desfazer antes de eu me desfazer. nem me conheço ainda e tenho tempo, mas, como todo mundo sabe, o tempo passa. e se passa, diminui e se diminuir fico com pressa.

então, que eu tenha pressa, já que não tenho todo tempo. que eu tenha a mim pra todo sempre, mesmo sem carne, mesmo sem osso.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Compactão e listas

Estresse, que venha o estresse. Que os cabelos caiam, que os papéis se empilhem, que a sujeira se acumule nos cantos. Que os copos sujos continuem sujos em cima daescrivaninha, que as roupas amassadas não se passem, que tudo vire caos. É o vestibular que está aí, os últimos dos 107 passos começam a ser dados segunda feira, quando as aulas voltam.

Não sei medir tempo, nem contar os dias. Creio que todo esse tempo poderia ter sido melhor aproveitado. Mas o que importa é que me diverti MUITO, fiz coisas que queria fazer há MUITO tempo, conheci novas pessoas, vi alguns pores-do-sol, tomei banho de praia, me queimei, vi MUITOS filmes e aceitei que almodóvar é definitivamente um gênio, não li nenhum livro, NENHUM. É, eu sei, é uma vergonha para um futuro escritor.
Prometo tomar jeito, escrever com mais assiduidade e ler com mais assiduidade

domingo, 5 de julho de 2009

Trova dos caminhos

isso não é caminho, é empurrão
onde cair, caiu
se foi ladeira, rolou
se foi buraco, bateu no fundo e se quebrou.


(?)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

18

A gente espera os 18 a vida toda, mas a espera fica insuportável quando fica faltando cada vez menos. Faltando praticamente 6 meses a vontade de ser maior de idade faz meus olhos brilhar, mesmo sabendo que muita coisa vai continuar como antes. A questão é que não quero precisar de carteira falsa com idade adulterada pra entrar em festa, quero aprender a dirigir, mesmo sem ter carro, quero poder andar na rua depois das 22h sem medo da polícia. Outra coisa me deixa terrivelmente ansioso é a faculdade que se aproxima. É a mudança completa de ambiente e a adição de responsabilidades.
Quero parar de me preocupar com as minhas notas baixas em matemática e ter problemas de verdade pra resolver, essa imitação barata da vida nas escolas está ficando cada vez mais triste e sem sentido pra mim. As conversas se resumem a matérias de escola, professores e provas. Cansei disso.
Aí vem o incrível e imbatível dilema: eu vou sentir falta desse tempo. Eu sei disso, mas eu preciso sentir falta, eu quero sentir falta, mas eu quero que as coisas mudem urgentemente. O medo de não ter aproveitado minha juventude como deveria me assusta também, eu não vou poder voltar atrás e o tempo perdido é tempo perdido.
Quero passar no vestibular, quero arranjar um emprego, arranjar uma namorada, comprar um carro, viajar pro nordeste por um mês e meio e dormir por outro mês e meio.